quinta-feira, julho 08, 2004

Deus que me livre!

Aquilo tudo que eu dizia para ele parecia desviar de seus ouvidos

Eu falava, gritava, balbuciava e nada, ele me ignorava veêmente. Olhava para mim, no fundo dos meus olhos e não dizia nada. Eu me calei. E então ele disse:
- Você tem um cigarro aí?
A voz grave saiu alto. Eu dei um pulo, já estava acostumada com o silêncio, ele ainda me olhava esperando a resposta. Eu abri a bolsa e dei o cigarro.

Ele acendeu e começou a falar sobre como era bom fumar um cigarro em situações como aquela, me ofereceu um trago e disse que quando estava na china não haviam cigarros tão bons como aqui. Eu nem sabia que antes ele havia estado na China.

E ele continuava falando... Muitos dedos amarelam por causa do cigarro mas não os meus... Sente a sensação! Se você puxar devagar você se sentirá mais leve...sabe que o meu cigarro preferido é o Free! Ele quase não deixa odor, apesar de que o cheiro que fica no seu cabelo e tão agradável, dever ser por causa da mistura com o shampoo que você usa... e mais devaneios sobre a porra do cigarro.

Enquanto ele falava em pensava seriamente em parar de fumar. E sobre como eu tinha o péssimo hábito de me envolver com sujeitos estranhos, mas que de todos esse era o pior.

A princípio me parecia o mais normal. Dedo podre esse meu.
Analisando o meu histórico de namorados...

Vamos pelo primeiro, João, quinze anos,garoto desprovido de beleza, mas extremamente carismático,cuidadoso, atencioso. Me ligava de meia em meia hora para saber se eu ainda o amava ou se estava me sentindo bem... Era um rapaz muito preocupado, e sofria de todos os males possíveis, coitado morreu cedo,com dezoito anos.

Tadeu, o segundo, lindo de morrer e sabia disso, se olhava no espelho, fazia biquinho piscava e mandava beijos pra ele mesmo, certa vez, na hora H, eu pego o cara passando a mão na própria bunda, como se já não bastasse o cara gozar mordendo a minha cabeça.

E por último, Felipe, filho da Dona Firmina, muito bacana, mas não tocava meu seios por nada, em hipótese alguma, dizia ele que aquilo era um ato maternal e não sexual, que os seios proviam o alimento e que não deviam ser maculados, e por fim ele me soltou o fatídico argumento. Me vira o sujeito e diz que os meus seios faziam ele se lembrar da mãe, a Dona Firmina.
Deus que desespero! Isso deprime de verdade.

E por fim me vêm esse louco, Matheus, que não parou de falar sobre cigarros até agora!
A única conclusão que eu tiro de toda essa minha catastrófica trajetória é que realmente eu não deveria mais me relacionar com homens cujos nomes sejam de apóstolos. Eles são todos uns insanos.

5 comentários:

Anônimo disse...

Interessante seu histórico. Goste ou não isso me lembrou uma música da Alanis em que ela também essa espécie de balanço. Pq não incluiu o Leandro??
Desculpa o meu nome biblíco apostólico romano, mas ainda não descobri nenhuma dessas insanidades em mim, entando então inofensivo e imune a suas ponderações.

Espero que entenda. Thiago.

Anônimo disse...

Interessante seu histórico. Goste ou não isso me lembrou uma música da Alanis em que ela também essa espécie de balanço. Pq não incluiu o Leandro??
Desculpa o meu nome biblíco apostólico romano, mas ainda não descobri nenhuma dessas insanidades em mim, entando então inofensivo e imune a suas ponderações.

Espero que entenda. Thiago.

Anônimo disse...

O doidinho...
Isso não é auto biográfico... nenhum dos textos!
E eu particularmente não tenho nada contra os rapazes com nomes bíblicos... só não confio muito naqueles que são criadas pelas suas avós!

Anônimo disse...

Aeeee Miroca!!!! Postou finalmente. Muito foda! E o resto todo do blog também.
Uma mordida de cabeça, Ló.
Hehehe!!!

Anônimo disse...

Ah, muito engraçado esse conto, Dona Mirian.

Tá engraçado, mas, ao mesmo tempo, a gente tem a impressão de que os personagens são reais. Acho que você acertou mesmo na dose.

Coruja.