quinta-feira, agosto 19, 2004

O peso da velhice ou Lajotinha Day

...

Eu olhei pra tela, deu uma espreguiçada e disse pra mim mesma, em voz baixa, não tão baixa quanto deveria, mas, enfim, eu disse pra mim mesma: Vamos aos fatos...

Dia da Inauguração do Trapichão (???)

Dia do Dentista

Dia do Macarrão ( isso é bom)

Dia do Sorriso ( isso é coisa de gente que toma ácido)

Dia da Revolução Russa ( capetão!)

Dia de um santo que ninguém conhece

Dia da morte de Richard Harris ( ele fez Harry Potter)

Dia da fonte dos desejos ( dizem que a Deusa Lua realiza todos os desejos feitos nesse dia)

Dia em que nascemos eu, Picasso e Capistrano de Abreu! ( Hã...)


quinta-feira, agosto 12, 2004

A sina de Clementina.

Esse é o caso da menina lá de perto

Da filha do maneco que era atrevida

A menina não sabia as leis de Deus

Com quinze se perdeu aos vinte caiu na vida.


A menina, clementina se chamava.

E dizia que amar com o corpo era sua sina

Os moleques, lá da vila Eduardo, o dia inteiro se esbaldavam na sina de clementina

Mas maneco ficava aperriado, mas não convência a filha que aquilo já não procedia.


Clementina, lá no fim da vida,

Com a sina já cumprida

foi consagrada padroeira das vaquinhas e dos meninos.

Uns por conseguir mantêr e outros por perder a virgindade

Tudo graças a sina da bondosa e também harmoniosa Clementiiiiiiina.


Sweet

Eu não vim pra ficar e nem vou me demorar...

Eu só vim pra saber como anda você,

O que atualmente você gosta de ler, quais músicas te fazem sonhar.

De fato eu só quero saber quais lembranças levar de você.

quarta-feira, agosto 11, 2004

As filhas da Falecida.

Uma menina nova com o olhar maduro, devia ser uma alma antiga, não se desprendia daquilo que já foi vivido, devia ter uma boa memória... Deve ter sido duro viver nessas condições.


Para Zilah o mundo parecia ser mais rude, ela mesma era rude, ossos rígidos, postura rígida, olhos abertos, sempre atentos, nunca pega de surpresa geralmente supreendia.

Zilah podia andar sem ser percebida, por vezes, na venda, sua presença irritava a balconista, que distraída com o rádio, nem se dava conta de que ela a observava esperando por ser atendida.

Bem, apesar de passar quase despercebida, Zilah ainda conseguia ser detestada, haviam aqueles que se irritavam com o jeito de ser dela e eles não eram poucos... principalmente as crianças e os adolescentes.


Zilah continuava da mesma forma já Zélia, a irmã mais nova, parecia ter ganho toda a beleza e simpatia que Zilah fora privada. A menina crescia brilhante como o sol. "Os outros", da rua de cima, onde as casas tinham escadas, viam Zélia de longe e comentavam que uma criança daquelas não deveria ter nascido em berço de palha.

Aconteceu que quando o fogo comeu a casa delas, levando a mãe das meninas, pra onde os anjos dizem amém. Zilah salvou a irmã, que gritava, desesperada tentando salvar a mãe desmaiada.

Zélia era realmente uma graça e na condição de orfã não permaneceu por muito tempo.

Um casal, da rua de cima, que já andava de olho nela, adotou a criança logo que souberam da desgraça. Zilah foi também, por sorte, eles estavam procurando alguém para cuidar dos cachorros e se tinha algo no mundo que Zilah se dava bem era com os cães.

Partiu, então Zilah e Zélia, cada uma para o seu quarto de direito... Zélia pra cima das escadas e Zilah pra debaixo das escadas... Mas ela não se importava, ela podia ficar alí junto com os cães, sem ter que falar com ninguém, dando só bom dia e boa tarde, já não precisava mais ir a escola e seu ciclo social se resumia aos cachorros e a empregada que lhe levava as refeições.


Anos a fio se passaram, Zélia tinha se tornado a mais bela das jovens da rua de cima, escolhia entre cinco jovens, belos e ricos, quem seria o felizardo que se casaria com ela.

Zélia como já se esperava escolheu o mais bondoso para o matrimônio.

No primeiro dia em sua casa nova, Zélia ficou sabendo que Zilah fora supreendida espiando a festa de seu casamento e por isso foi expulsa do canil de seus pais adotivos.

Eduardo o bondoso rapaz com que Zélia se casou ouviu a história e vendo o tormento que caia sobre os olhos da esposa, saiu imediatamente a procura de Zilah, que foi encontrada, dias depois, perto da casa queimada na rua de baixo...

Zélia contou toda a história do incêndio... como ele havia começado, a mãe que morrera tentado apagar o fogo com as mãos e como a irmã racionalmente havia tirado ela de lá salvando lhe a vida!

Zilah, agora salvadora, tinha lugar especial na casa, tiraram lhe todas as pugas do cabelo e do corpo e arrumaram um baile pra apresentá-la aos "outros" da rua de cima. Foi oferecido um dote para ela, que não era mais a "Zilah dos cachorros"e assim se casou com um senhor que procurava uma mulher saudável e que pudesse ter filhos fortes.

Assim foi que Zilah teve seu único filho, João Eduardo, em homenagem ao bondoso cunhado.

Ela educou e cuidou com carinho de João Eduardo, que, eu acredito, tenha sido o único ser humano que tenha amado Zilah de verdade.

Mas por alguma ironia cruel do destino, o fogo comeu novamente a casa de Zilah, levando para onde os anjos dizem amém, também seu filho e o marido.

Zélia foi logo em ajuda da irmã, mas Zilah no dia seguinte ao incêndio sumiu, sendo encontrada dias depois no canil da casa onde haviam crescido ela e Zélia.

Lá ela permaneceu até morrer. Afirmando que lá tinha nascido e de lá nunca havia saído.




terça-feira, agosto 03, 2004

Prato principal

Obs: Este é sobre mim e é pro Leco!

Amo aquele que tem gosto daquilo que eu mais gosto
Busco o cheiro do gosto quando ele não está por perto.
Busco em mim.
Amo e como gosto de gostar de ti!
Trouxe você para mim como quem traz o melhor fruto
O que mais apetece.
Mas não o como o conservo
A espera é menos dolorosa que o fim.
Por isso o cheiro o observo e imagino como seria bom comê-lo.