terça-feira, setembro 28, 2004

Estômago revirado

Continuo com sede

e assim devo continuar

Me bateu uma preguiça.


Deturpo os sonetos

e também os Hai-Kais

é que me bate uma preguiça.



Para quê redondilhas alexandrinas?

se as bagunças Mirianas

são bem mais divertidas.


E o acaso?

iria eu! dispensar o acaso?

Jamais. Eu respondi.


Acordei meio punk?

acordei espancada.

se é que dormi!


Bela adormecida? ou

a insône que tomou um lexotan? ou

a vadia que culpou a pobre bruxa?


Tudo é uma questão de visão

Se turva ou perfeita...

depende do estômago de quem vê.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Soneto do tormento

Giro em torno da inércia
A sombra que se movimenta
A água que não espelha mais
Os olhos que já umedecidos nada enxergam

Giro em torno da inércia
Trago para mim toda a exatidão
Ofereço o grito que rompe o silêncio


As águas estão musicadas
As sombras dançam iluminadas
Iluminadas como só a música poderia fazê-las
Assim eu me ofereço