quinta-feira, junho 04, 2009

a saudade da menina

um teto alto, uma cama antiga e grande demais para a menina que estende o corpo ocupando-a de um lado ao outro, a janela aberta deixa entrar a fresta de sol que aquece seu corpo e embala um sono de poucos minutos.

o som da rua, que também entra pela janela, deixa a menina mais segura, são sons familiares que ela ouve desde a mais nova idade. Alguém lá fora escuta uma música triste que a menina sabe de cor.

Dentro do seu quarto esconderijo ela guarda os mais íntimos e insignificantes segredos, guarda um lado de si preservado só pra ela, um lado que não é especial, nem extraordinário mas é só dela. Os sonhos perdidos ficam lá, uns amores pequenos, algumas lágrimas sem verdadeira razão, mas ainda assim derramadas.

Um casulo, uma cápsula protetora, de onde, um dia, ela teve que sair pra poder ver mais, mas sem a menina o quarto virou pó, não guarda nada, só as paredes descoradas estão lá, embora a janela ainda se abra para o sol entrar.

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